Artigos por Clarissa Medeiros

Liderança feminina não é sobre disputa de poder

Muitos ainda acreditam que as ações em prol da equidade de gênero na sociedade significam uma disputa entre homens e mulheres. A busca por mais espaço para as mulheres em cargos de liderança nas esferas pública e privada está longe de ser um embate sobre poder. E se entendermos melhor essa intenção, poderemos avançar mais. Sobre esse tema, eu te convido para o artigo de hoje.

Vivemos em uma transição global sem precedentes: guerra, crise climática, pandemias, fome … Estamos diante de uma agenda desafiadora com metas importantíssimas estabelecidas pela ONU que devem ser implantadas até 2030 e que vão de erradicação da pobreza à educação de qualidade. As mulheres são indispensáveis nessa construção.

A população mundial é composta por 51% de mulheres. No Brasil, 48% dos lares são chefiados por mulheres, de acordo com o IBGE; e 11 milhões de mães criam os filhos sozinhos, como revelou pesquisa da Fundação Getúlio Vargas. Portanto, é impossível uma sociedade prosperar excluindo parte da população que é maioria.  

Mesmo assim existem barreiras enormes. Enquanto escrevia esse texto uma pesquisa nada animadora foi divulgada pela Organização das Nações Unidas, que ouviu pessoas em 80 países. Segundo a ONU, no Brasil 84,5% da população têm pelo menos um tipo de preconceito contra mulheres. Para 31% dos brasileiros, os homens teriam mais direito ao trabalho do que as mulheres ou homens fazem melhores negócios do que as mulheres.

A questão é que não existe regeneração possível sem a participação feminina. Portanto, vieses preconceituosos deverão ser eliminados. As mulheres possuem habilidades naturalmente conectadas com uma visão de mundo mais holística e integradora (e precisamos ir além do materialismo) — certamente uma condição para a mudança que necessitamos alavancar. Mulheres se importam com o resultado, claro, mas também com o “como” atingir essa meta. São naturalmente capazes de cuidar das relações e enxergar consequências diretas e indiretas de suas escolhas e ações, além de terem um olhar predominantemente sistêmico, acolhedor e inclusivo (claro que há exceções, quando isso ocorre geralmente a mulher está agindo a partir de uma perspectiva inconsciente e pouco saudável).

É urgente pensarmos em como construir uma sociedade mais saudável e, para isso acontecer, precisamos de todos, precisamos de ações mais amorosas e de união.

Não é sobre competição, mas sobre inclusão de novas vozes e olhares. Não é sobre batalha de egos, mas sobre fazer junto, unir força para a transição da sociedade. O mundo precisa de regeneração e isso só vai acontecer se formos juntos. Quem concorda e está disponível para construir junto? Quero saber sua opinião, me conta!

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