Artigos por Clarissa Medeiros

Foto cansaco feminino

Vamos falar mais sobre o atual cansaço feminino?

Mulheres estão absolutamente sobrecarregadas. Esse fator impacta diretamente na saúde física e emocional das mulheres e me preocupa que possa ser um gatilho para um auto boicote. Ou seja, que receosas de assumir mais compromissos mulheres engatem marcha lenta no objetivo de ocupar seus postos de liderança.

Esse fator impacta diretamente na saúde física e emocional das mulheres e me preocupa que possa ser um gatilho para um auto boicote. Ou seja, que receosas de assumir mais compromissos mulheres engatem marcha lenta no objetivo de ocupar seus postos de liderança. Essa é uma armadilha enorme.

 Não há dúvidas de que essa sobrecarga é resultado do acúmulo do trabalho produtivo com as tarefas de cuidado que historicamente recaem sobre as mulheres. Elas são compulsoriamente responsáveis em dar conta das responsabilidades da casa, dos filhos, dos familiares. Não apenas em relação a questões práticas, mas também na previsão de eventuais problemas, na organização de eventos futuros e no esforço de manter a harmonia emocional. Cansa, cansa muito.

Não me surpreende, portanto, saber sobre o burburinho que o conceito “quiet quitting” (demissão silenciosa) está gerando por aqui. Já ouviu falar? Trata-se da tendência dos profissionais americanos que estão buscando desacelerar, colocar limites, evitar levar trabalho para casa. Para mim, e em muitos artigos que li, é uma tentativa de assumir uma relação mais saudável com o trabalho e que está sendo empreendida principalmente pela geração Z, as pessoas nascidas a partir de 1995. Ou seja, aqueles que estão ingressando no mercado de trabalho.

Não sei se essa é uma onda mensurável tanto quanto o da Grande Renúncia (que tirou mais de 5 milhões de americanos do mercado de trabalho), mas acho que pode ser um sinal importante de que as lideranças devem estar atentas em relação aos times e ao próprio autocuidado. Mais do que nunca precisamos estar abertas e abertos para conversar sobre o balanceamento necessário entre vida pessoal e trabalho e, portanto, de cuidarmos desse cansaço que não é positivo para ninguém e que pode levar a problemas mais graves como o burnout. Tenho praticado isso nas interlocuções do dia a dia com as pessoas do time, abrindo espaço para que a vulnerabilidade possa acontecer sem que elas tenham medo de serem repreendidas, e propondo que se olhem e ajudem a cuidar uma das outras, por exemplo, aliviando a carga em momentos de crise familiar ou de enfermidade, e reforçando a parceria em períodos de pressão por entregas. Temos nos unido entre mulheres nessas fases de grande desafio e isso traz um senso de pertencimento e de segurança, o que mais buscamos.Achei interessante o que Sofia Esteves escreveu aqui no LinkedIn. Ela acredita que o quietquitting não é uma boa estratégia e ainda sugere: “se você não estiver feliz na sua posição, converse com a liderança, analise se tem alguma outra posição de interesse dentro da empresa ou mesmo busque uma outra oportunidade no mercado.” O que você pensa sobre esse assunto? Quando se sente desmotivada, qual sua estratégia?

Créditos da imagem:  Christina @ wocintechchat.com by Unsplash
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Clarissa Medeiros

É mentora de lideranças, palestrante e empresária premiada pela Humanizadas e HSM como "Melhores Empresas para o Brasil". Sócia-fundadora da Clarity Global, impulsiona a liderança feminina e as relações humanizadas em grandes empresas. Mestre em Ciência Quântica da Saúde e Felicidade e certificada internacionalmente em Coaching para Mulheres, Corporativo, Profissional e de Vida, com trajetória em Comunicação Corporativa, ESG, Relações Institucionais e Desenvolvimento Humano e Organizacional.

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