Nos últimos dias, estamos sendo tomados por uma tensão emocional de forte intensidade, com as notícias da catástrofe climática no Rio Grande do Sul.
Além disso, enquanto 80% das cidades do estado estão embaixo d´água, grandes rios da Amazônia brasileira, por exemplo, estão rachando ao meio de mais uma imensa estiagem.
E tudo isso nos deixa, por vezes, tristes, com medo e sem orientação.
Ou, até mesmo sentindo uma grande sensação de impotência.
Como podemos então lidar com a nossa vulnerabilidade emocional em momentos de notícias e emoções tão difíceis? Aqui vão algumas dicas e orientações de podem ajudar neste momento de desafios e luto coletivo:
- É fundamental forcarmos nesta necessidade de acolhimento. Tanto dos seus próprios sentimentos, quanto das pessoas que sofrem mais.
- Ao reconhecer nossas vulnerabilidades, podemos construir um alicerce de força interior e de resiliência. A nossa capacidade de sofrer um abalo emocional e retomar, o mais breve possível, nosso centro de presença e de confiança na vida.
- Integrar as emoções em uma construção de uma nova “humanidade”. Ao entender que lidar com emoções difíceis faz parte do nosso processo de evolução pessoal e coletiva.
- Se solidarizar com as pessoas afetadas, principalmente com quem você tem algum tipo de contato pessoal ou profissional, buscando ter notícias e levar uma palavra amiga.
- Fazer orações, mandar mensagem de esperança e carinho àqueles que sofrem e fazer doações na forma de roupas, alimentos ou dinheiro para as contas oficiais e seguras disponíveis nas campanhas humanitárias.
- Se estiver ao seu alcance ou até mesmo da sua empresa, promover campanhas de arrecadação de fundos aos afetados pela tragédia.
- Trabalhar a própria paciência, sabendo que os planos terão que ser revistos muitas vezes, estando aberto para conversas mais complexas.
- Buscar se informar, mas evitar o excesso de exposição à cobertura midiática. Saiba separar informação de sensacionalismo, pois o excesso pode desencadear um nível de identificação emocional, como um looping negativo. O que pode desencadear crises de ansiedade e depressivas.
- Procurar ficar sozinho(a) alguns momentos por dia, processando suas próprias emoções. Pode ser útil escrever no caderno, como um diário, expressando tudo que está pensando e sentindo, sem filtros mesmo. Essa ação costuma aliviar bastante os momentos de maior angústia.
- Buscar contato com uma conversa amiga, mais profunda com alguém da sua confiança ou até mesmo com um profissional de saúde mental que você saiba que possa te ouvir sem julgar.
- Estar aberto para conversar com as pessoas no trabalho ou em casa sobre o assunto. Mas levando sempre em consideração de que cada um vai ter um padrão de reação. É preciso respeitar o tempo e a emoção do próximo.
- Procurar manter a fé na superação. Confiança de que a situação irá mudar e que os esforços coletivos estão levando ajuda para quem precisa.
E por fim, sinto de falar sobre ansiedade. Sabe quando a angústia começa a apertar?
Neste momento será muito útil fazer algumas respirações conscientes. Nosso emocional pode ser transformado. Tente fechar os olhos em silêncio e inspirar lentamente. Solte levemente o ar, repetindo este padrão diversas vezes. Pode lhe trazer uma dose de calma e presença.
Mantenha as suas atividades físicas. Ainda que leve, mesmo dentro de casa.
E, principalmente, se você não foi afetado pela tragédia, reforce seu sentido de agradecimento. Agradeça sua saúde, sua vida e a sua capacidade de produzir.
Que todos possamos encontrar algum nível de amor e de paz em meio a esses dias de tormenta.
Vibrando por todos vocês com amor, Clarissa.